terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Almas Entorpecidas



Quando te vi me veio um lampejo
Senti fortemente súbito amor
Centelha de ternura e grande desejo
Tomou meu corpo por intenso calor

A primeira vista amor eu senti
Indefinível pela voz humana
Coisa de alma que nem permiti
Essência da essência, pois dela emana

Sinto amor... Vivo amor... Quero este amor
Meu peito gritou por ti sem enganar
Foi algo sagrado causando doce torpor
Você viveu o mesmo... Senti ao abraçar

Estremeci estremecemos com este abraço
Um ato convidativo cheio de tesão
Quando percebemos estávamos igual um laço
Vivendo no primeiro momento uma paixão

Fitou meus olhos com profundidade,
Como flechas penetrando juntas e medula
Entregamo-nos entrelaçados com muito ardor
Foram momentos lindos inimagináveis
Fizemos na relva molhada um idílio de amor

Da primeira vez
Lampejo e calor
Almas entorpecidas
Relva...
Um ninho de amor!

Rô Lopes
(Devaneio de nossa primeira noite de amor)

Berço Fecundo


Brejos floridos...
Igarapés!
Ninho imaculado e fecundo...
Campo sagrado e fértil
Fortaleza frágil!...
Necessita preservação
É o berço dos rios...

Natureza oferece seu colo onde a seiva da vida nasce
O céu desfaz-se em pranto
A brisa desce em forma de manto irrigando os veios
Alagando a terra...
Borboletas são anjos divinais que a mãe natureza adornou
Pra saudar aquele que traz vida aos homens
Filhos do amor!

Fecunda é a rocha,
Como num parto faz florescer o chão
Escorrendo inocente pela terra inóspita a água
Por onde passa oferece vida que traz em sua essência
Doando àqueles do caminho
Sua viagem prossegue rumo ao grande pai
O mar azul imenso a espera e abraça
O ciclo então recomeça...

No infinito das ondas
Na profundeza infinda do mar
Cadeias de algas...
Fontes de oxigênio que garantem juventude à velhice
Mas ainda há tempo!

Equilíbrio e razão superam os imperativos da má distribuição
No futuro água não poderá faltar, pois dela dependemos,
A água que bebemos é um presente...
Um legado
De nossos antepassados vindo
Aos nossos sucessores deixados!

Mércio Moura

Ainda Há Tempo


As páginas do livro da minha vida escritas
Tem algumas folhas em branco
Foram as oportunidades que por medo perdi
Quero preenche-las agora com encanto

Tanta página em branco no livro da minha vida
Tanto amor, sonhos e anseios deixei para trás
Quero reaver este tempo perdido no agora
Porque o tempo passado é inimigo
É algoz da existência não volta jamais

Que fazer com este livro com páginas salteadas
Porque o que foi escrito não tem como mudar mais
O que ficou em branco está sendo preenchido
Páginas escritas não tem números tem muitos ais

Felicidade que meu livro está sendo completado
Nenhuma página ficará em branco alarido
Cometerei as loucuras que me pede a alma
Para que não arrependa do que não tenha vivido

Por medo... Covardia
Páginas brancas...
Sendo preenchidas
Ainda há tempo!

Rô Lopes

Arco-Irís




Sobre o arco-íris vou voar,
Desvendar segredos...
O toque do vento em meu rosto
Instiga insana procura por seus beijos

Mas ele é inatingível
Ao me aproximar, foge de mim.
É arredio como tu, menina faceira.
Que de mim parece ter medo
O que fazer para teu amor ganhar?

Até o arco-íris eu vou, moça trigueira.
Derrubar seus medos,
Desvendar segredos
Quero somente seu beijo
E nele,
As cores do arco-íris!

Mércio Moura

A Saudade


Busca teus lábios para saciar
Arrasta-se lentamente
Para te encontrar

Está na solidão
Ferindo a alma
Sangrando coração

De tanta... É atroz
Apunhalando lentamente
Como carrasco do nós

Carece compaixão
Faz doer com veemência
Corpo alma coração

Saudade vá se embora
Longe de mim esta dor
Dê lugar ao meu amor

Saudade...

Busca... Arrasta
Domina... É algoz
Lenta... Traiçoeira
Torna-se carrasco de nós
Saudade... Vá embora...
Sou mulher...
Meu coração sangra...
Minha alma chora...
Minha solidão... Implora
Por favor... Saia agora!


Rô Lopes

A Pérola Que Encontrei


Numa noite de sonhos,
Perdido nas ondas de um mar misterioso.
Manso, calmo...
Mas, sujeito às tempestades que o tornam bravio,
Revolto...
Eis que após uma onda em desalinho,
Surge à minha frente o brilho que vida afora procuro!

Já havia desistido,
Caminhava ao léu,
Perdido...

Aproximei-me temeroso
Estendi-lhe minhas trêmulas mãos!
Tomado de um impulso trouxe-a pra junto de mim,

De encontro ao meu coração.
Senti-a por inteiro...
Sua vontade de viver,
E intensa capacidade de amar!

Seus dóceis dedos tocaram-me com suavidade o rosto!
Beijei levemente seus viçosos lábios,
Desfaleceu-se em meus braços
Tão cansada estava...

Pérola, simplesmente pérola...
Alma rica de sentimentos puros que brilham em teu seio!
E a luz que passa por teus olhos,
É a essência do amor
A fina pérola do seu amor!

Mércio Moura
(Dedicada com carinho a poetisa Rô Lopes)

A Madrugada e o Amor


Madrugada rompendo aurora
Lua ainda em fulgor
Quando te vi naquele instante
Coração disse: é o amor

Aproximou-se da janela sorrindo
No ímpeto meus lábios beijar
A brisa em cumplicidade bailou
Abrindo porta... Convidando entrar

Fitei teus olhos envolvente a me olhar
Estremeci tamanha emoção
Vi neles a profundidade do mar

Ah! Como envolveu minha alma
Arrancando-me do cárcere da solidão
Afagou-me em abraço com calma
Que delicioso carinho... Sensação

Embeveci com sua boca delineada
Esculpi meus lábios aos seus

Agradeci a noite a despedir
Pássaros cantando... Amanheceu
Nos pomos enamorados a sorrir
O amor o tempo venceu...

Madrugada... Brisa
Bocas... Olhares... Abraços
Amanheceu
Amor vencendo o tempo
Enamorados...
Esculpidos beijos
Eu sou tua...
Você é meu!
O tempo se foi...
O amor venceu!

Rô Lopes