domingo, 9 de agosto de 2009

Flor




Flor dos caminhos,
Teu precioso mel esparge doçura no ar...


O bosque se faz passarela ante teu requebro
Quando tuas pétalas são levadas ao vento,
Deslizando por trilhas íngremes.
Causando inveja a outras flores belas


Borboletas perdidas pousam sobre ti
E o sol a realçar tua beleza multicolorida,
De faces aveludadas...


Esquecida está ao lado dos caminhos,
Flor campestre...
Caminheiros não se importam com tua candura.


Porém,
Quando sinto em minha alma tão suave perfume,
Em meu peito viceja o amor...
Que floresce e encanta a cada toque de tuas pétalas.


Flor,
Divina criação!

Mércio Moura

Um Improviso ao Meu Amor...




Eu sou uma mulher criança que preciso de muito carinho.
Sou apenas uma mulher que sonha e ama,
Sofre e chora, ama e namora.
Sou uma mulher que foi enclausurada,
Queria tudo e não tinha nada.
Queria amar e me sentir amada.
Sou uma mulher criança,
Que brinco, sofro e danço.
Sou uma mulher enfeitiçada,
Que a vida prometeu muito,e não deu quase nada.
Sou o que sou, e quero o que não tenho.
Sou como o vento que bate em desalinho.
Sou uma sonhadora de viver
Vivo de sonhos porque se eu não sonhar,posso vir a morrer.
O tempo passou e encontrei você, o meu sonho dourado...
Que só existia em prosa e verso
E hoje é por mim amado.
Mas sou uma triste mulher alegre com vontade chorar
A alegria me contagia, porque voltei a amar.
E sou menina ainda que requer atenção
Porque sonho ser amada por você
E vivo na contemplação.

Sonho.... Sou criança... Sou mulher!

Rô Lopes

Grande Vazio



Sinto em mim um grande vazio...
Altos e baixos de emoção,
Alegria quando penso em você
Dor na distância que separa corações
Por vezes você a preenche,
Outras não.



Situação que me rouba a paz
Leva todas as certezas...
Fico sem chão.
Não sei na verdade quem sou.
Apego-me no que tenho
Neste mundo interno e pequeno
Mas é tanta tristeza, tanta solidão...

Suspiro profundo na esperança de
Amenizar a dor...
Em vão...
Um travo na garganta...
O amor que sinto conhece apenas um caminho
A estrada do seu coração.


O peito fica pequeno pra tanto amor
Que cresce a cada pulsar.
E o sangue nas veias clama
A vontade de te beijar...


Ó distância ingrata
Que me fere... Judia e mata,
Impede o cruzar de nossos olhares
Tocar sua pele... Seus lábios
Sentem a loucura deste amor
Que não se importa em sofrer...
Apenas quer te querer!


Mércio Moura

Da Janela



Da janela do meu quarto
Eu via o mundo lá fora
Pessoas passando apressadas
Crianças indo pra escola

Da janela do meu quarto
Contemplava o azul do céu
Via vários formatos nas nuvens
Enxergava todo meu eu

Da janela do meu quarto eu sonhava acordada
Via o mundo através da vidraça refulgente
A imaginação sempre elevava em disparada
Ate quebrarem o vidro da janela de repente

Quem quebrou
Não sei.

Janela fechada
Vidro quebrado
Sonhos idos
Do mundo que pintava colorido
Não sobrou quase nada

Da janela do meu quarto
Restou uma vaga e saudosa lembrança
Porque o mundo é aqui do lado de fora
Onde lutamos contra a esperança

Sem janelas...
Sem vidraças...
Poucos sonhos.

Rô Lopes