Com lentidão caminha um homem solitário
Perdido no tempo é o seu olhar
Na mente vagam lembranças
Pedaços de uma infância sofrida marcada pela miséria e dor
Talvez a mais terna seja a canção de ninar
Que embalava seus sonhos de criança
Seja o beijo no rosto
O ventre macio da mãe que o gerou
O homem segue driblando a pobreza
Em sua volta só tristeza na qual se acostumou
Mora no jardim mais lindo
Vê as flores se abrindo e não as pode colher!
O homem segue...Maltrapilho... Pés no chão
Faminto e cabisbaixo mendigando seu pão
Sem oportunidades lá vai ele a caminhar
Ouvindo o som estridente da porta a se fechar
Dorme ao relento, no frio... Que sofrimento
A fome aperta
A morte espreita
Uma lágrima desce
O homem sem esperanças agora tem esperança...
O sofrimento vai acabar
A terra recebe seu corpo...
O céu recebe sua alma
Em sua campa repousa
Aqui todos o esqueceram
No infinito o receberam
Junto aos anjos e clarins...
Mércio de Moura
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