Há muito que vivo... Apenas sobrevivo!
Como autômato sem rumo que caminha a esmo...
Numa estrada que não tem fimSempre foi assim!
Emoções foram e vieram
Nas curvas deste labirinto em que me vejo.
E toma conta de mim...
Nada fez mudar o curso deste tortuoso rio que se arrasta ao passar dos anos...
Neste universo apenas sobrevivo...
Lá fora fico à deriva nas tenebrosas ondas de um mar revolto
Difícil saber o que sou em meio a escombros,
Desilusões e amores incompreendidos
Porém anseio novos mundos
Sei que eles existem...
Algo que se diz chamar felicidade
Soprou aos meus ouvidos tempos atrás
Trazida por ventos conhecedores da liberdade...
Desbravadores de oceanos... Desertos
Campos férteis e corações apaixonados
Uivando disse-me o vento
Que o sol daria ordens à luaIndicando o caminho à paixão a mim prometida
Ao amor que meu peito anseia...
Pois somente ela tem a chave encantada
A livrar-me deste universo interior em que sou prisioneiro
A conduzir-me por vales... bosques...desfiladeiros.
Rumo a fonte de águas puras e belas
Desde então minha agonia é maior...
Alma chora liberdade anunciada
Mas escorrem-se sorrateiros pelos vãos dos dedos, os anos.
Já me vejo ao meio da caminhada quase sem esperanças...
O tempo esvaindo-se lentamente realça minha dor
Sulcos em meu rosto marcam meu velado desespero
Somente em sonhos antevejo o momento
Em que as taramelas dos meus medos
Sejam violadas pela meiguice estampada em um rosto.
A portadora da chave!
A tomar-me as mãos... Seguindo ao infinito
Planando as maravilhas prometidas pela brisa
Vivendo os encantos do amor... A beleza das flores
Agora as vejo com um colorido diferente
O som do vento me traz melodias suaves
Nunca antes sentida!
E neste despertar pra vida, reconheço-a ao meu lado
O mesmo semblante que sempre vi em meus sonhos
A possuidora da chave mágica!
Que libertaria o lobo triste contido neste universo íntimo
Preso por uma fechadura emperrada
Sedento por novas emoções...
A procura da felicidade plena!
Mércio Moura